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Comunicação de Quebrada
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Veja algumas indicações óbvias (e outras nem tanto assim) de livros que todo sujeito periférico precisa ler um dia pra não ficar de chapéu
“Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser o opressor".
Patrono da educação, o professor, pedagogo e filósofo Paulo Freire (1921-1997) é referência na prática da pedagogia popular no Brasil.
Freire já cantava a letra e o resumo é o seguinte: vamos estudar que o bagulho é louco e não podemos ficar moscando!
“Vida loka é quem estuda"
Outro soldado das palavras, Sérgio Vaz também traz em suas poesias a importância dos estudos. A ideia é clara: se você quiser ser o pá mesmo da sua quebrada só o caminho da educação pode te salvar.
Por isso, o Comunicação de Quebrada defende a importância dos estudos e o ingresso no ensino superior para os nossos, entendendo que não somente o ensino fundamental e médio, mas também a academia (no sentido de estudos e não de musculação) é um processo essencial na formação humana.
E se você, assim como nós, também entende a importância da ‘literatura marginal’ na formação das sujeitas e sujeitos periféricos, citando aqui já um dos livros essenciais em nossas vivências periféricas, dá um liga na lista a seguir com os 10 livros de quebrada (alguns nem tão óbvios assim) para você refletir sobre sua caminhada e território.
Capão Pecado
Um dos principais autores periféricos, Ferréz faz em ‘Capão Pecado’ (2000) um trabalho bem próximo ao de Racionais ao cantar periferia: mostras nossas realidades a partir do olhar de sujeito que vive.
O bordão ‘Nossa história é nóiz quem cria’ adotado pelo CDQ não é à toa. Sendo histórias boas ou ruins, elas estão ali. Não foi outro alguém que nos contou.
E essa é uma das histórias vividas por Rael no livro de Ferréz. Um adolescente favelado que cresceu em um dos distritos mais perigosos do mundo à época e que pode ter o destino mudado através de uma paixão.
A formação das sujeitas e sujeitos periféricos
Saindo da ficção romântica (mas nem tão ficcional assim) e partindo para a periferia teorizada, temos ‘A formação de sujeitas e sujeitos periféricos’. Neste estudo temos Tiaraju Pablo D'Andrea, professor da Unifesp, Coordenador do Centro de Estudos Periféricos (CEP), pós-doutor em filosofia, doutor em Sociologia da Cultura e Mestre em Sociologia Urbana pela Universidade de São Paulo (ufa) apresentando como as quebradas se organizam politicamente através da arte e cultura, fazendo um panorama dos avanços desde a década de 90 até os dias atuais.
Dá um liga em mais 13 dicas:
- Reservado - Alexandre Ribeiro
- 40 ideias de periferia - Tiaraju Pablo D'Andrea
- Estação Carandiru - Drauzio Varella
- Kauira dorme (HQ) - Diego Torres e Lucas Andrade
- Reflexões periféricas: Propostas em movimento para reinvenção das quebradas - Tiaraju Pablo D'Andrea
- Masculinidade quebrada: memórias de um processo com meninos periféricos - Elânia Francisca, Belchior Divina Emidio e Rafael Cristiano
- Da quebrada pro mundo - Alexandre Ribeiro
- Raul (HQ) - Alexandre de Maio
- Quarto de despejo: diário de uma favelada - Carolina Maria de Jesus
- Periferia cyberpunk (HQ) - Raphael Fernandes
- Sobrevivendo no inferno - Racionais MC’s
- Colecionador de pedras - Sérgio Vaz
- Menozada: Aula-vaga - Saudade
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